Correio do Minho - Notícias
O parlamento da Catalunha (nordeste de Espanha) aceitou hoje debater em 2010 uma Iniciativa Legislativa Popular (ILP), que recolheu mais de 180 000 assinaturas, para proibir as touradas.
O debate da ILP foi aprovado por 67 votos a favor, 59 contra e cinco abstenções. Esta é a primeira etapa de um processo legislativo no final do qual a Catalunha poderá ser a primeira região de Espanha, além das Ilhas Canárias, a proibir as touradas. As Canárias proibiram as touradas em 1991.
A ILP, apresentada pela plataforma «Prou» (Basta), reflecte a força crescente dos opositores das touradas na Catalunha. As únicas praças de touros a organizar corridas são as de Barcelona.
A iniciativa reclama uma revisão da lei catalã de protecção dos animais, que proibe actualmente matar ou maltratar os animais durante espectáculos públicos, à excepção das corridas de touros.
A sociedade catalã está pronta para a abolição das touradas e o fim da «tortura dos animais como espectáculo», consideraram os promotores da ILP, Leonard Anselmi e Ana Mula, congratulando-se pela decisão do parlamento.
A 06 de Abril de 2004, Barcelona passou a ser o primeiro município de Espanha a proclamar-se uma cidade antitauromáquica, através de uma declaração institucional aprovada na Câmara Municipal.
Os defensores das touradas alertaram para um «atentado contra as liberdades», visando o «património cultural» tauromáquico. É um «erro muito grave», a favor de uma minoria que rejeita as corridas, afirmou o criador de touros, Victorino Martin.
A «Mesa do Touro», plataforma que representa um sector em crise, prometeu lutar no parlamento catalão em 2010, afirmando que Espanha não pode passar sem uma actividade criadora de empregos (cerca de 40 000) e riqueza.
De acordo com o diário espanhol El Pais, as touradas espanholas, em dificuldades devido à crise económica, está a perder público. Em 2009, só se realizaram 900 grandes espectáculos tauromáticos em Espanha, menos 350 que em 2008.
O debate na Catalunha é seguido com muita atenção no sul de França, onde a tradição tauromática permanece viva. Uma centena de personalidades políticas francesas escreveram aos deputados catalães a pedir a rejeição do debate da ILP.
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